quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cidade de Deus

Buscapé deseja ser fotógrafo, antes de realizar esse sonho, faz uma narrativa da sua infância e adolescência, nos presenteando com detalhes e curiosidades de uma das favelas mais violentas do Rio de Janeiro. Nascido e criado na Cidade de Deus, resume com clareza parte histórica da conhecida favela. Ele mostra também a corrupção da polícia, o preconceito com os moradores de comunidades carentes e o silêncio de outras autoridades, fatos não exclusivos daquela época e muito menos daquela favela.

O futuro repórter consegue um "bico" no jornal após fotografar de perto o Chefão do crime da CDD. Suas fotos são importantes e exclusivas, pois nenhum outro meio de comunicação tinha a capacidade de entrar na favela, impossibilitados por uma guerra interna. Cenoura e Zé Pequeno brigavam pela hegemonia das bocas de fumo, o segundo mais nervoso e impulsivo, perde a racionalidade após a morte do amigo Bené.

Buscapé também tinha perdido alguém, porém muito antes da disputa na favela. Seu irmão mais velho fora morto e ele tinha certeza de que tinha sido Zé. Assim era terrível para ele a presença do traficante e ao mesmo tempo necessária para seu sucesso profissional. Buscapé era o único que podia tirar fotos do bandido. Mas seu irmão fora assassinado por ele, muito antes desse trocar de nome e torna-se chefe da favela.
O filme mostra cenas violentas, abusa dos palavrões e retrata de maneira fiel a criminalidade nos morros e o descaso de setores públicos e privados em relação a população mais pobre. A narração do garoto repórter é na medida certa e não é á toa que no "boca boca" o longa é considerado um clássico, para alguns o maior filme brasileiro de todos os tempos. Pioneiro em revelar a realidade, inspirou outros filmes e desbancou o mito que "filme com palavrão é apelativo" Não vejo o que tirar nem por, na minha opinião é obra de excelente qualidade.

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